O PIB cresceu 0,9% no 3º trimestre do ano, acima da nossa estimativa (+0,7%) e da mediana das expectativas de mercado (+0,8%). Dados com ajuste sazonal.
· Do lado da oferta, os destaques positivos foram serviços e a indústria geral, que cresceram 0,9% e 0,6% no trimestre. A agropecuária, por sua vez, registrou queda de 0,9% no mesmo período.
· Destaque para a indústria de transformação, que avançou 1,3% no 3° trimestre, o que reforça o cenário esperado de recuperação do setor no ano.
· Do lado da demanda, os destaques foram os desempenhos positivos do consumo das famílias (+1,5%), do consumo do governo (+0,8%) e da formação bruta de capital fixo (+2,1%). O consumo das famílias seguiu favorecido por um mercado de trabalho aquecido e pelo aumento da renda. A formação bruta de capital fixo (FBCF) também continua a registrar resultado positivo, puxada pela retomada da categoria de bens de capital. Já o setor externo teve contribuição negativa, com queda das exportações (-0,6%) e crescimento das importações (+1,0%).
Nossa visão: O resultado do PIB no 3º trimestre confirmou a expectativa de desaceleração da atividade no período, porém menos intensa que o esperado. Destaque para a continuidade do bom desempenho do consumo das famílias, dos investimentos (FBCF) e da indústria de transformação. A expansão da renda das famílias e o avanço das concessões de crédito têm contribuído para a retomada da produção de bens de capital e bens de consumo duráveis ao longo do ano. Diante das informações disponíveis até o momento, revisamos a projeção de crescimento de 3,0% para 3,5% do PIB em 2024. Contudo, esperamos desaceleração do PIB em 2025, devido à piora das condições financeiras, ao menor impulso fiscal e a cenário global mais adverso.
Resultados trimestrais
O PIB brasileiro cresceu 0,9% no 3º trimestre em relação ao 2º trimestre, considerando dados com ajuste sazonal. Este desempenho veio acima da projeção da Fiesp (+0,7%) e da expectativa do mercado (+0,8%). Em relação ao 3º trimestre de 2023, foi registrado crescimento de 4,0%. Com este resultado no 3º trimestre do ano, o carregamento estatístico[1] para 2024 é de 3,0%.
Pela ótica da oferta, a principal variação positiva foi do setor de serviços, que apresentou crescimento de 0,9%, com avanços em todos os seus segmentos, com destaque para informação e comunicação (+2,1%) e outros serviços (+1,7%). A indústria geral também cresceu no período (+0,6%), puxada pela indústria de transformação, que avançou 1,3%, enquanto a indústria extrativa (-0,3%), a construção civil (-1,7%) e eletricidade e gás, água e esgoto (-1,4%) caíram no período. Já o setor agropecuário caiu 0,9% no 3º trimestre.
No que se refere à ótica da demanda, o consumo das famílias avançou 1,5% na passagem trimestral e o consumo do governo aumentou 0,8%. A formação bruta de capital fixo, por sua vez, cresceu 2,1% no 3º trimestre de 2024. Por fim, a contribuição do setor externo foi negativa, com queda de 0,6% das exportações no trimestre e aumento de 1,0% das importações no mesmo período.
