Honrando o compromisso com as tradições culturais que compõem a história do município, a Prefeitura de Lagarto inovou e aqueceu os festejos juninos do município com o lançamento da Vila da Capital Nacional da Vaquejada, situada na Praça do Tanque Grande. O espaço, aberto nesta terça-feira, 17 de junho, faz parte do tradicional Festival da Mandioca, e permanecerá em atividade nos dias 18, 19, 20, 21, 22, 25 e 26 de junho, com apresentações de quadrilhas juninas e de artistas locais, a partir das 19h.
“A Vila da Capital Nacional da Vaquejada será o coração da nossa manifestação cultural ao longo do Festival da Mandioca. Um local específico de multitarefas, com a realização de concurso de quadrilhas, rodas de conversa, concurso de Rainha da Mandioca e muito mais. Conjuntamente, nós estamos resgatando a nossa história e relembrando aqueles que construíram a nossa cidade e ajudaram a construir a nossa cultura, a cultura do sertanejo, do nordestino, do homem trabalhador e visionário do município”, destaca o prefeito Sérgio Reis.
De acordo com o secretário Municipal de Turismo, Wédson Andrade, a Vila é um símbolo de reconhecimento da força da vaquejada na cidade, assim como o orgulho do seu povo em relação à prática, que foi referendada a partir da Lei 14.930/2024. Por isso, ao longo dos próximos dias, ela contará com uma programação diversificada que inclui a apresentação de talentos locais, Concurso de Quadrilhas Juninas Estudantis e o desfile das candidatas a Rainha da Mandioca. “Estamos buscando fazer uma festa atrativa para os lagartenses, mas também para quem vem de fora da cidade, de forma a fomentar o desenvolvimento a partir do comércio e do turismo”, destaca.
Já o secretário Municipal de Cultura, Nenê Prata, ressaltou que a Vila da Capital Nacional da Vaquejada também dispõe de uma cidade cenográfica que foi pensada para divulgar a cultura popular — artesanatos, quadrilhas juninas, grupos folclóricos e teatro, além de estandes que tratarão de educação, meio ambiente, turismo, saúde e educação. “Também teremos comidas típicas, dois restaurantes com comidas de derivados da mandioca. Enfim, aqui nós vamos escrever uma história bonita de muita alegria e de valorização da nossa cultura, porque antes as pessoas chegavam e não tinha nada sobre a mandioca no Festival da Mandioca. Agora será diferente!”, adiantou.
Revisitando a história e a identidade lagartense
Em seu primeiro dia, a Vila da Capital Nacional da Vaquejada revisitou a sua história e identidade com a 2ª edição do Seminário do Gado e do Couro, realizado pela Prefeitura de Lagarto em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS). Na ocasião diversos temas foram debatidos por especialistas com a população que se fez presente e deu a sua importante e valiosa parcela de contribuição.
Doutoranda em desenvolvimento e meio ambiente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Raquel Araújo ministrou uma palestra sobre as sementes crioulas e sua importância para a soberania alimentar. Na ocasião, ela parabenizou a gestão municipal pela promoção do debate com a população. “Essa é uma temática muito importante não somente para o agricultor, mas para a sociedade de modo geral, porque muitas pessoas ainda não sabem o que são sementes crioulas. Então procurar saber o que nossos ancestrais deixaram para gente é muito importante, porque elas movimentam a economia, a cultura e os saberes tradicionais”, argumentou.
Responsável por ministrar uma aula sobre oportunidade de negócios com a mandioca, a exemplo da Tapioca Colorida, Joselito Mota, destacou que a raiz, mesmo fazendo parte da história do Brasil, por meio da cultura indígena, ainda é uma riqueza muito pouco conhecida que goza de diversas possibilidades de negócios devido a sua versatilidade. “Essa oportunidade que tivemos hoje foi para despertar nas pessoas a ideia de que eles possam empreender, que agricultores pensem em buscar parceiros como a Embrapa, o Sebrae e a Prefeitura Municipal, para que possam constituir uma grande oportunidade de negócios, valorizando e, como costumo dizer, redescobrindo a mandioca”, enfatizou.
Para além do campo, o Seminário do Gado e do Couro também trouxe uma importante palestra sobre a identidade, os espaços e a tradição oral no imaginário popular. Para a palestrante e secretária Municipal da Educação, professora Taysa Mercia, todos os debates realizados marcaram a história do Festival da Mandioca. “O importante é trazer o sentimento de identidade, de pertença e para conhecer e revisitar a história da Capital Nacional da Vaquejada, porque somos, porque estamos e porque precisamos preservar as nossas origens, principalmente as orais, aquelas que perpassam de geração para geração. Então esse é um momento inédito e formador que deixará um grande legado para as próximas gerações”, encerrou.
Foto: ASCOM