IML recebe homenagem sobre atuação no Sistema de Doação de Órgãos em Sergipe

O evento teve por objetivo homenagear os profissionais de saúde e os envolvidos no processo de doação de órgãos.

Por Redação, em 23 de setembro de 2024

A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, por meio do Instituto Médico Legal, recebeu na tarde da última sexta-feira (20), uma homenagem da Secretaria de Estado da Saúde, em cerimônia alusiva à campanha Setembro Verde, a qual tem por objetivo sensibilizar a sociedade sobre a doação de órgãos e tecidos.

O evento teve por objetivo homenagear os profissionais de saúde e os envolvidos no processo de doação de órgãos. Segundo o coordenador estadual da Central de Transplante, Benito Fernandez, o IML é um importante parceiro do Banco de Olhos de Sergipe, pois o primeiro contato com as famílias que perderam seus entes queridos é feita por aquele órgão. “Nós conseguimos reduzir em oito meses a lista de espera, graças a esse trabalho integrado”.

George Fernandes, coordenador operacional do IML, enaltece a importância do órgão fazer parte do sistema de doação de órgãos, vinculado à prestação dos serviços à sociedade sergipana. “É importante o reconhecimento do nosso trabalho e a colaboração intersecretarias, nesse caso entre a Segurança Pública e a Saúde, de maneira a contribuir com o aumento substancial de vidas beneficiadas com doações de órgãos, oriundos de vítimas que receberam atendimento no instituto”.

Há um protocolo estabelecido pelo Sistema Nacional de Doação e Transplante de Órgãos, do qual o Brasil carrega o título de maior sistema público de transplantes do mundo. Em Sergipe, há uma parceria entre IML e Banco de Olhos de Sergipe, no qual é realizada uma triagem e os familiares das vítimas são entrevistados e há, por meio de preenchimento de formulário, o consentimento formal.

A professora universitária, Cláudia Tavares, conseguiu seu transplante, após receber o diagnóstico de uma patologia genética que provocava a perda progressiva da visão, a incapacitando para as suas atividades laborais e diárias. “Após o procedimento, eu consigo ter qualidade de vida, sou imensamente grata. Precisamos falar sobre transplante, porque qualquer um está suscetível, e ninguém quer seu familiar morto ou doente, quando ele poderia ser beneficiado com um ato de generosidade. Não depende apenas de órgãos governamentais, depende de todos nós”, conclui.

Alberto Rezende, usuário do sistema de hemodiálise há 16 anos e paciente na fila de doação, descobriu seu problema renal, enquanto ainda era condutor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). “Só sabe Deus e a gente o que passamos naquela máquina. Os doadores salvam mais de uma vida, não só de quem está na fila do transplante, mas de toda a família. Peço encarecidamente que as pesssoas se conscientizem disso, que não tenham medo.” 

Setembro Verde

O Setembro Verde é um mês de conscientização e incentivo à doação de órgãos. Neste ano, o lema da campanha do Ministério da Saúde sobre o tema será: “Doação de órgãos: precisamos falar sim”, que alerta para a necessidade do diálogo sobre a doação e a desmistificação do assunto.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2024, foram realizados 14.352 transplantes no Brasil viabilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O número já é maior que o de 2023, quando foram registrados 13,9 mil durante o mesmo período. Os órgãos mais doados foram os rins, fígado, coração, pâncreas e pulmão, além da córnea e medula óssea que são tecidos.

O coordenador estadual da Central de Transplante em Sergipe enfatiza sobre a importância de as pessoas conversarem com os familiares sobre o desejo de ser doador. “Uma forma de ajudar o próximo a recuperar qualidade de vida, podendo salvar vidas”.

Além de o doador ter a opção de informar em vida o seu desejo, a família também precisa comunicar à equipe médica sobre o ato. A doação de órgãos e tecidos só acontece após a autorização familiar documentada.