Milhares de fiéis participam da 66ª Peregrinação à Divina Pastora

Com isso, impulsiona e fortalece o turismo religioso em Sergipe.

Por Redação, em 21 de outubro de 2024

Chega à 66ª edição a Peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora Divina Pastora, no município que leva o nome da santa, distante 39 quilômetros da capital, Aracaju. Trata-se do maior e mais tradicional evento religioso do estado, que envolve fé, tradição e cultura, atraindo, cada vez mais, devotos, assim como curiosos que buscam vivenciar essa manifestação única de religiosidade. Com isso, impulsiona e fortalece o turismo religioso em Sergipe.

A devoção à Nossa Senhora Divina Pastora, padroeira do estado, remonta ao século XVIII. À época, segundo a tradição, a imagem dela foi trazida da Europa para o Brasil e, ao chegar a Sergipe, estabeleceu-se uma forte devoção. Hoje, o santuário é o centro das celebrações e, durante o período da peregrinação, torna-se ponto de encontro dos fiéis.

Realizada sempre no segundo domingo de outubro, a peregrinação à Divina Pastora é mais do que um ato de fé. Simboliza a renovação espiritual de fiéis que fazem a caminhada logo cedo, saindo de Aracaju e de cidades circunvizinhas, como Riachuelo, em direção ao santuário, onde missas solenes são celebradas. Ao longo do trajeto, há momentos de oração, cânticos e confraternização entre os peregrinos.

O comerciante Antônio Menezes, há 22 anos, participa da peregrinação em homenagem à Nossa Senhora Divina Pastora. Ele explica que, nos primeiros cinco anos, ia do Conjunto Jardim, no município de Nossa Senhora do Socorro, na Região Metropolitana de Aracaju. Depois, ao lado de milhares de pessoas, passou a iniciar a peregrinação partindo da cidade de Riachuelo, na madrugada do domingo. “Já alcancei algumas graças, e isso é que me motiva a todos os anos participar”, revelou.

Há cinco anos, a doméstica Tânia Cristina da Silva, que é de Aracaju, participa da peregrinação. Ela revela que, embora ainda não tenha alcançado a graça pedida, não perdeu a esperança. “Tenho muita fé e amor à Nossa Senhora Divina Pastora, que segurou em minha mão e me trouxe até aqui. Foi difícil, cansativo, mas valeu a pena. Sei que ainda vou alcançar a minha graça”, acredita.

Já o graduando em Enfermagem, Esdras Ramon, participa pela primeira vez da peregrinação. “Com a intenção de alcançar uma graça, saí de Rosário do Catete às 4h da manhã e estou muito feliz por ter concluído a caminhada. Chegar à Divina Pastora é emocionante. E, com fé em Deus e na santa, não deixarei de participar desse ato de fé”, salientou.

Também devoto de Nossa Senhora Divina Pastora, o professor Sílvio Gomes, há 5 anos, participa da peregrinação. De Aracaju, é adepto do ciclismo há mais de dez anos e, na opinião dele, participar da manifestação sobre duas rodas é uma experiência única. “Além do desafio físico, é um momento de renovação espiritual. A vibração positiva é excelente. Sempre saio daqui muito feliz”, destacou.

Turismo religioso

Destacando o lado espiritual e o comunitário da peregrinação, o reitor do Santuário de Divina Pastora, padre Jhonatan Michael, explica que se trata de um momento de profunda espiritualidade, de conexão com Deus e que representa renovação interior. “A peregrinação é um momento muito importante, que mostra a fé e o amor do povo por Nossa Senhora Divina Pastora. O título da campanha desta edição é ‘Em Sergipe, temos uma padroeira’. É para celebrar que a santa foi elevada à padroeira de Sergipe desde 2017. A nossa intenção é propagar isso”, explicou.

Considerada Patrimônio Cultural e Imaterial de Sergipe, além do valor religioso, a peregrinação também impulsiona o turismo e movimenta o comércio local com a venda de artigos religiosos, artesanatos, alimentos, entre outros. O secretário de Estado do Turismo, Marcos Franco, enfatiza que a peregrinação à Divina Pastora desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do turismo religioso, assim como o fortalecimento da economia local. “Esse evento promove o turismo religioso, ao mesmo tempo em que gera oportunidades para os pequenos empreendedores, como artesãos e comerciantes”, considerou.

José Carlos Lima dos Santos, por exemplo, tem uma borracharia em Aracaju e, há mais de dez anos, faz com que esse evento religioso seja uma oportunidade para garantir uma renda extra. Ele aluga uma casa para, durante os três dias do evento, vender refeições: café da manhã, almoço e jantar. “Sou católico, e nessa festa religiosa, além de renovar a minha fé, tenho a oportunidade de ter um dinheirinho extra. Venho com a minha família e, aqui, todo mundo ajuda. Em todos esses anos, Nossa Senhora Divina Pastora não me decepcionou”, declarou.